Mortalidade e internação por afogamento não intencional de crianças e adolescentes no Brasil: uma revisão da literatura

Resumen

O afogamento não intencional representa um importante problema de saúde pública no Brasil, especialmente entre crianças e adolescentes. O objetivo desta revisão narrativa foi sintetizar evidências sobre mortalidade e internação hospitalar por afogamento em indivíduos de 0 a 14 anos no país, identificando padrões epidemiológicos e tendências temporais. A busca bibliográfica foi realizada entre julho e setembro de 2025 nas bases SciELO e PubMed, utilizando descritores DeCS/MeSH relacionados a “afogamento”, “crianças”, “adolescentes”, “hospitalização” e “mortalidade”. Foram incluídos estudos originais, revisões e boletins publicados entre 2000 e 2025, em português ou inglês, que abordassem mortalidade e/ou internação por afogamento no Brasil. A análise qualitativa categorizou os achados em mortalidade, internações, características epidemiológicas e tendências regionais. Os resultados apontam que o afogamento é a segunda principal causa externa de morte em crianças de 1 a 14 anos, com maior risco em meninos e na faixa etária de 1 a 4 anos. Crianças pequenas se afogam principalmente em ambientes domiciliares, enquanto adolescentes se expõem mais a rios e águas naturais. Embora as taxas de mortalidade apresentem discreta redução nas últimas décadas, persistem níveis elevados e desigualdades regionais marcantes, ressaltando a necessidade de estratégias preventivas multissetoriais.