ESCOLA, SAÚDE E SEXUALIDADE: Produção de áudios por alunos do ensino médio no contexto da midiatização
DOI:
https://doi.org/10.18406/2359-1269v6n12019228Palavras-chave:
Educação Escolar, Saúde, Podcast, Sexualidade, InterdisciplinaridadeResumo
Este trabalho[1] traz uma discussão inicial sobre a utilização de Tecnologias de Comunicação e Informação, especificamente o dispositivo podcast, como estratégia de problematização das questões sobre gênero, sexualidade e prevenção de infecções no ensino médio público de forma interdisciplinar. Justifica-se estudar esse tema pela grande demanda que adolescentes têm nas questões relacionadas a sexualidade. De um lado, em virtude do grande silenciamento e interdição desse assunto na escola, por vezes, geram-se preconceitos, propagam-se Infecções Sexualmente Transmissíveis, mistificam-se a prevenção, o diagnóstico precoce e o tratamento, podendo legitimar várias formas de violência, de gênero, homofobia entre outras. De outro lado, a mídia, diariamente, propaga um discurso sobre a sexualidade e o corpo, em grande parte, mercadológico e superficial. O objetivo principal dessa pesquisa é conhecer, por meio da produção de podcasts, os processos de constituição de sentidos e discursos dos alunos do ensino médio sobre gênero e sexualidade e, a partir desses, pensar estratégias interdisciplinares que possibilitem desenvolver conceitos sobre uma sexualidade positiva, política, autônoma e responsável atendendo, com rigor teórico e científico, às demandas desses jovens. Os objetivos específicos: a) Pesquisar os discursos sobre gênero, sexualidade e prevenção produzidos nos roteiros dos podcasts; b) Relacionar, criticamente, os processos de midiatização com a educação e a saúde; c) Pensar, para além da multidisciplinaridade, a interdisciplinaridade entre educação e saúde; d) Desenvolver estratégias de educação e prevenção sexual a partir da produção de podcasts. Foi aplicada uma oficina de rádio e podcast com os alunos de uma escola pública e, a partir desta foram produzidos podcasts intercalando temas direcionados a gênero e sexualidade e temas livres. Fez-se a discussão da pesquisa, do roteiro e da gravação dos áudios em sala de aula e parte dos podcasts, previamente autorizados pelos pais dos alunos, foram publicados num blog. Os resultados apontam para uma grande necessidade dos alunos em discutir temas relacionados a conceitos de gênero e sexualidade dentro da cultura e da sociedade. É importante destacar que mesmo nos temas livres, propostos para produção dos áudios, esses convergiram para assuntos relacionados com a sexualidade. Foram 17, dos 25 episódios analisados, ou seja, 68% falaram de temas como estupro, machismo, homofobia entre outros. As tecnologias de comunicação, especificamente, o dispositivo podcast, utilizado como uma ferramenta pode criar espaços para reflexões e apropriação de conceitos tanto na questão da sexualidade quanto no cuidado com o próprio corpo e a prevenção. Consideramos que é possível utilizar os podcasts como um objeto educacional produtivo no debate sobre sexualidade e prevenção fomentando a interdisciplinaridade, para além da informação.
[1] O presente trabalho foi realizado com apoio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior – Brasil (CAPES) – Código de Financiamento 001.
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