Editorial
DOI:
https://doi.org/10.18406/2359-1269v11n42024445Resumo
É fato notório que vivemos o século da informação e da comunicabilidade por meio dos mais avançados aparatos tecnológicos digitais. Frente a esse cenário que nem é tão novo assim, que teve o seu desenvolvimento iniciado no século passado, continuando neste, a educação precisou e ainda precisa se ressignificar com a inserção das mídias no cenário escolar e de aprendizagem. Diante disso, surgiu no final da década de 1990, o campo de Estudos da Educomunicação, preconizado no Brasil pelo professor doutor Ismar de Oliveira Soares, no pioneiro Núcleo de Comunicação e Educação da Escola de Comunicações e Artes, da Universidade de São Paulo (ECA/USP). De lá para cá, muitas iniciativas vêm acontecendo no âmbito do que, através da UNESCO, passou-se a denominar Alfabetização Midiática e Informacional.
Dentro dessa proposta está o curso de Pós-Graduação Especialização em Mídias e Educação ofertado pelo Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sul de Minas Gerais, IFSULDEMINAS, no Campus Passos. Apesar de ser uma pós-graduação lato sensu, o curso vem oferecendo trabalhos de conclusão de curso (TCC) com pesquisas fortuitas e interessantes para se debater o cenário da interface Mídias e Educação na região em que se encontra o curso e em todo o Brasil.
Diante dessa perspectiva, organizamos este número da Revista Eixos Tech, através de chamada para inscrição dos trabalhos mais bem avaliados pelas bancas examinadoras de TCC das turmas formadas em 2022 e em 2023 e, após revisão dos pareceristas do periódico, apresentamos um total de 17 trabalhos que descrevemos sucintamente e convidamos à leitura aprofundada.
Os artigos com a temática voltada para a aplicação das mídias à educação, perpassaram os mais variados dispositivos e os mais variados assuntos. Os recursos audiovisuais, bem como a utilização do Cinema no ensino e na aprendizagem, fazem parte de cinco trabalhos.
As redes sociais – dispositivos tão em alta no momento e que precisam de um olhar atento aplicados no ambiente escolar e na interpretação dos receptores, estudantes em formação para o trato com a notícia e a informação advindas destas redes – se fizeram presentes em três trabalhos, sendo as redes utilizadas para estudo o Instagram, o Tik Tok e o antigo Twitter (hoje X).
A aplicação das mídias na educação em interface com a saúde e o bem-estar foi abordada em um estudo também relacionado ao uso de recursos audiovisuais em saúde com crianças em idade escolar e em outro sobre a vacinação infantil da COVID-19 e a desinformação com o novo conceito de infodemia.
Estudos abrangentes sobre a educação ou alfabetização midiática e, também, o uso das tecnologias em contextos educacionais diversos são temas de três artigos: um deles no contexto de instituições militares de ensino; o outro na Educação de Jovens e Adultos e, o último, em uma Escola Técnica Estadual, de Salgueiro, no Estado de Pernambuco.
Se ao pensarmos em educação midiática é de fundamental importância pensarmos no que se oferece aos educandos, é preciso pensar também na formação docente (tanto inicial quanto continuada) para que se efetivem, de fato, as políticas de educomunicação. Neste sentido, dois estudos abordam esta temática, sendo um deles a formação inicial docente para o letramento digital em cursos de licenciatura do IFSULDEMINAS e o outro refletindo sobre recursos midiáticos e tecnológicos no desenvolvimento das experiências de professores de línguas estrangeiras.
Recursos diversos como o livro didático e o blog se fizeram presentes em dois estudos. Um deles na educação básica, sobre o papel do livro didático no desenvolvimento da literacia midiática de alunos dos anos finais do ensino fundamental I, e o outro, na educação superior, estudando o blog como ferramenta potencializadora do ensino na Publicidade e Propaganda.
Por fim, um estudo abordou o jornalismo e a educomunicação verificando como a mídia tradicional e, mais especificamente, a TV linear, ainda é utilizada por adolescentes em processo formativo por meio de experiência educomunicativa como o projeto EPTV na Escola.
A potencialidade de se trabalhar as mídias em contextos da educação, permitem o diálogo e a inversão da relação emissor-receptor, democratizando o acesso aos meios e possibilitando a educação midiática para a interpretação das notícias. O impulsionamento, por meio de tais estudos, para a crítica à mídia e a checagem das informações para afiançar a veracidade delas, o tão falado e necessário fact-checking no mundo de fake news, ou seja, propagação de mentiras, inverdades e informações distorcidas, fazem com que uma sociedade, justa, equânime e plural possa ser aventada e, assim, que os princípios garantidos na Constituição do livre acesso à informação possam ser de fato concretizados e cumpridos com responsabilidade pelos produtores de conteúdo.
É esse o nosso desejo com esse número, desejando também uma boa leitura.
Danilo Vizibeli
Coordenador do Curso de Pós-Graduação em Mídias e Educação
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